15 de fevereiro de 2011

por: joão vitor almeida.

Vejo pessoas na sexta se declarando, fazendo juras de amor eterno e dizendo esperar o tempo que for para estar pessoa que diz amar.
No sábado, vejo discussões onde um diz para o outro esquecer tudo o que já tenham dito um para o outro.
Domingo, acordam pensando no que disseram. Julgam o relacionamento impossível e terminam o caso.
Aí, mais uma vez fazem juras. Mas agora, juram nunca mais se entregar. Juram que confiarão apenas em sí mesmos.
Terça feira. Tentam viver aceitando que o seu "grande amor" se foi. Alguns, mais orgulhosos. Temem até pensar em reconciliação.
É quarta feira, e o pânico toma conta dos casais separados. Buscam nos amigos a saída e a resolução do enigma. Que nada, só se confundiram mais ainda.
Pois é. Perderam um dia de cinema mais barato. já é quinta feira. Confundidos pelos amigos conselheiros, ficam em suas casas só pensando e arrumando motivos pra passar por cima dos erros que o parceiro cometeu.
Sexta feira. Um vai ao encontro do outro. Tentam se convencer que foi por acaso. Os dois com a melhor roupa, perfumados até os pés.
A sexta feira dura mais. Conversam a tarde toda, tentam não tocar no assunto da reconciliação. Deixam o assunto vir à tona com naturalidade.
Um baque, um dos dois fala algo que possa ter duplo sentido, relacionado à relação deles.
Um sorriso tímido rouba a cena.. E eles se perguntam se tinham certeza do que estavam fazendo quando brigaram.
Tensão. Um tenta dizer ao outro que tinha certeza, sem magoar. Tentam dizer que querem voltar, sem dizer que estão apaixonados.
Se enrolam, entram em conflito e contradição várias vezes. Aquele encontro termina com a seguinte frase de uma das partes :
Vamos tentar outra vez.. Sem medo, e sem a intervenção dos outros. ok?
Ambos concordam. Chegam em casa, e repoem em seus quartos as fotos e lembranças. Não demora muito, são tão poucas.
Vão dormir, pensando em tudo que disseram. No outro dia, acordam no mesmo horário. É sábado, e há muita coisa pra se fazer.
Ele, claro, pensa no cinema. A convida, e eles vão. Dentro do cinema, não há tempo pra filme. Eles tinham de dizer alí, em meio a barulho e a pessoas, o que tinham vontade de dizer a muito tempo.
Saem de mãos dadas. Ele a leva em casa. Sentam na escada e tentam, mais uma vez, não tocar no assunto do caso.
Mas dessa vez, não tocam, mesmo. Preferem ficar calados. Olhando um ao rosto do outro.. Devagar, os lábios se tocam.
E os dois, dormem desejando que a próxima sexta feira, seja igual à passada. Só pra poder sentir o medo, a timidez, a vergonha, a insegurança e ao mesmo tempo, a raiva. Mais uma vez.
joão vitor a. 

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